domingo, 22 de junho de 2008

Exposição: Cantares

Estouo produzindo a esposição"Cantares", baseada no livro "Cânticos de Salomão" ou "Cântico dos Cânticos", registrado na Bíblia.
A idéia de fazer esta exposição começou em março de 2008, quando eu comecei a fazer a "AFRO-BRASILEIROS". Eu havia feito o quadro "Primavera" e pensei que ia ser legal repensar a sexualidade a partir da Bíblia como referência. Ainda estou produzindo a exposição, mas o primeiro quadro você já pode ver, e chama-se "Sou do meu amado e ele é meu".
Obra:PRIMAVERA
Acrílica sobre tela - 60x50
Obra: SOU DO MEU AMADO E ELE É MEU. Artista: Lya Alves Dimensões: 1,00x60 Técnica utilizada: Mista Materiais utilizados: tinta acrílica, tinta para tecido, lápis aquarelável, impressão digital, stêncil, recortes de revistas e pedras de aquário.
A obra é a primeira de uma seqüência de telas inspiradas no livro “Cântico dos Cânticos”, ou “Cantares de Salomão”, registrado na Bíblia Sagrada. O livro fala de amor, sexo e poesia, e estas são as idéias centrais da tela. “As muitas águas não poderiam apagar este amor” é o versículo 7 do capítulo 8 de Cantares, e a artista usa recortes de letras diferentes para expressar a idéia de que isto poderia ser dito em todas as línguas, em todos os tons e timbres de voz. Da mesma forma como quando estamos apaixonados buscamos dizer isto de várias maneiras possíveis, a frase na tela é necessária em virtude das dificuldades de estar vivendo um grande amor. Em primeiro plano, vemos o casal na sua intimidade. Atrás deles há uma grande onda, um grande maremoto, anunciado na onda de problemas que tenta afogá-los. Dentro desse mar de problemas, há telefones, simbolizando a fofoca, a maledicência, as intrigas daqueles que desejam apartar o casal. No canto esquerdo, na parte superior da tela há um crocodilo, simbolizando falsos amigos, que como um crocodilo, levam meses escondendo sua real aparência para dar o bote em sua vítima. Depois há uma seqüência de olhos reptilianos, alertando para o fato que além do casal estar sendo vigiado passo a passo, os olhares dos que os vigiam são maus e invejosos. Devemos lembrar que biblicamente falando, a inveja é homicida, vemos isto logo no primeiro livro quando Caim matou Abel por inveja. Então há um grupo de policiais, que representam “os guardiões1 da cidade”: as pessoas que guardam o bem-estar do homem, mas na fúria deste zelo, tornam-se franco-atiradores prontos para atirar e matar o a mulher, porque afinal, só estão preocupados em separar o casal. As pedras lançadas são belas, afinal, a pedra usada para destruir não precisa ser feia, assim como um comentário destruidor pode ser dito com o discurso mais nobre e manso. As mãos acusadoras apontam imperfeições, profetizam problemas e rogam agouros. E, por falar em amargura, a cor verde, que em outros momentos significa esperança, nesta obra representa a amargura visceral, a amargura da bílis, a náusea e o repúdio que o casal provoca naqueles que tem inveja de seu amor tão explícito quanto o sexo na tela. Apesar de todas estas circunstâncias, o casal incendeia a mente do observador, seja pelo sexo, pelas cores fluorescentes, pelo carinho no olhar (que denota a segurança que só o amor verdadeiro traz) ou o que mais lhe vier à mente. Indiferentes a tudo o que se passa a seu redor o homem e a mulher continuam apaixonados. Em Cantares, a mulher tem um papel especial: numa sociedade patriarcal, as conseqüências de ser uma mulher que toma a iniciativa e não se envergonha de sua libido são duras - ela sai pelas ruas em busca de seu amor e é espancada pelos guardas. Mesmo assim, ela quer ser possuída por seu amado. Ele, com seu amor a encoraja a enfrentar os padrões de seu tempo e, assim, arriscando sua vida, em tom possessivo ela diz:” sou do meu amado e o meu amado é meu”.
Obra: CANTARES
Artista: Lya Alves
Dimensões:60x40cm
Técnica utilizada: mista
Premiada com medalha de prata no VII Salão de Primavera da Associação e Escola Fluminense de Belas Artes em setembro/2008

terça-feira, 17 de junho de 2008

Trindalata

Trindalata No sábado, dia 14 de junho de 2008, eu estive na Rádio 93 FM, para falar do Projeto TRINDALATA, de autoria de Edu Pinheiro.
Projeto Trindalata O Trindalata nasceu do desejo de inserir crianças e adolescentes carentes num projeto que utiliza a música como instrumento de valorização da auto-estima e, por conseqüência, promove a inclusão social. O Trindalata absorve jovens, crianças e deficientes auditivos de escolas, igrejas e comunidades. Através da percussão, seus talentos são valorizados e aprimorados, num som bem eclético e criativo, utilizando um modelo alternativo de fazer música. Por não dispor de muitos recursos, o Trindalata toca com instrumentos recicláveis. Imagem e som numa nova roupagem, galões, bambonas de óleo diesel, e latas de tintas dão um tom criativo aos batuques e ritmos. Atualmente, o Trindalata “com 80 famílias cadastradas” deseja ampliar este projeto. A intenção é captar um maior número de crianças e jovens, fazendo com que seus talentos sejam desenvolvidos e valorizados. Desde 2001, o Trindalata já participou de diversos eventos, entre eles: a evangelização da JOCUM no PAN 2007 – Rio de Janeiro; a Semana de Prevenção de acidentes na sede da Petrobrás – RJ; Na comemoração do Aniversário de nossa Cidade SG. com participação da cantora Aline Barros; o musical “Levantemos e Edifiquemos”, realizado na Primeira Igreja Batista em Trindade – São Gonçalo; entre outros. Contatos: Edu Pinheiro músico e Autor do Projeto Tel; (21) 9827-8222/ 8254-7273/ 2603-4809 Email; edupinheiro_@hotmail.com / edupinheiro@ig.com.br/ edupinheiro@globo.com

Rota das Artes 6a. Edição

ROTA DAS ARTES 2008
Sou do meu amado e ele é meu Técnica mista - 1,00x60
Abertura no bistrô do MAC
Dia 21 de junho: Na Associação e Escola Fluminense de Belas Artes
Rua Hernani Pires de Mello, 18, São Domingos.
Comendador De Luna Freire de braços abertos para receber você na AFBA.
A artista plástica Cleuza Pena, o comendador De Luna Freire e e eu.
A artista plástica Cleuza Pena, O comendador De Luna Freire e e eu.
Tava todo mundo lá:
Tambor de Crioula
Acrílica sobre tela - 1,00x60
Banzo Nunca Mais
acrílica sobre tela 1,22x75
Tribo no Zaire
Acrílica sobre tela - 60x40
Solaris
Acrílica sobre tela - 60x40
Primavera
Acrílica sobre tela - 60x50
Lagoa rodrigo de Freitas
Acrílica sobre tela - 60x50
Mulata Dourada
Acrílica sobre Tela - 60x40
Chefe Pokot
Acrílica sobre tela - 60x40
Anastácia
Acrílica sobre tela - 60x40
Capoeira
Acrílica sobre tela - 60x40
Cristo Negro
Acrílica sobre tela - 60x40
Fulanis
Acrílica sobre tela - 60x40
Olodum
Acílica sobre tela - 60x40
O Grande Circo de Nabucodonosor
Acrílica sobre tela - 1,00x60
A Reforma do Leão
Acrílica sobre tela -1,00x60
Rota das Artes no Barravento

sábado, 7 de junho de 2008

Exposição: AFRO-BRASILEIROS, exaltando a majestade

Sobre o tema
A artista procura na simplicidade, e na inocência da beleza, produzir um material de cunho estético, no caso, a estética afro-brasileira. Mas, afinal, que seria afro-brasileiro, quando mal podemos definir o Brasil, país de misturas? Longe da pretensão de entrar em discussões artísticas e das discussões políticas em torno do tema “afro-brasileiros”, a artista pretende tão-somente exaltar a beleza majestosa dos negros. Muitos negros que aqui chegaram como escravos foram reis e rainhas na África. Isto tocou o sentimento da artista e gerou a experiência de olhar o negro, geralmente discriminado no país, como alguém de sangue nobre, alguém com um passado de ancestrais nobres que caso não tivessem sido desarraigados de sua terra, poderiam estar vivendo em condições diferentes . Daí o subtítulo: exaltando a majestade. A exposição não tem cunho político ou religioso, e caso fosse este o desejo da artista, seria mais fácil simplesmente filiar-se a organizações que tratam do tema. Seu espectador-padrão é qualquer um que possa olhar e se entusiasmar e seu alvo é o coração, que pode ser flechado a qualquer momento por um guerreiro do Quênia. A exposição foi pensada para artistas plásticos e críticos, mas também para muita gente que jamais estudou arte e sequer conhece as teorias contemporâneas, contudo mantém algum interesse pelo assunto – assim como por música, por cinema, por literatura, em busca de algo que ajude a tornar a vida mais intensa. A artista, porém, trabalha no campo da emoção, e sua arte tem algo expressionista, compulsivo e apaixonado. A exposição é uma afirmação da liberdade, do desejo de simplicidade, do desejo de ser feliz, do desejo de ter prazer com a pintura. Um quadro não pode ser simplesmente belo? Não pode simplesmente gerar prazer e alegria a quem o observa? O que não deixa de transmitir uma posição política e filosófica, mas não necessariamente explícita, muito menos instrumentalizável. O grande desafio para esta exposição foi tocar nas questões polêmicas sem a intenção de discursar, para a extrair a beleza das mesmas. Ainda é possível ao artista percorrer um universo extenso o bastante para falar de política sem cair em banalidades e militâncias. Afinal, se é para desmaterializar a arte, quem seria melhor, no Brasil, do que nossos bandidos? E pelo mesmo motivo, eles não aparecem na exposição. Tampouco se faz referência à miséria, à fome, À falta de esperança. Não por um desejo de alienação da realidade, mas como uma resposta à tudo isso: Nós queremos beleza! Beleza para o Brasil! A primeira parte:
Das muitas influências que pairam sobre a artista, está o traço violento e emocional bem como as cores cruas do expressionismo, e de um de seus precursores, Van Gogh. A figura humana é o elemento principal nas três partes da coleção. Na primeira parte, o objetivo é introdutório, de caráter documentário, resgatando o passado, necessário para que o observador conheça o tema da exposição, e veja a cultura afro-brasileira e o que está sendo feito atualmente, como o tambor de crioula,por exemplo, uma dança popular no Maranhão, cuja origem vem dos tempos da senzala, à semelhança da capoeira, que é retratada, também, entre outras manifestações contemporâneas. Nesta etapa, temos uma relação profunda com o expressionismo, e, embora seu objetivo seja retratar, importa mais o que a artista sente, e não o que vê acerca destas coisas antes mostradas. A alma das coisas, o que não se vê, mas sente-se, vai estar consoante com a paleta de cores. Assim, o que é representado na tela é o resultado da emoção do pintor como observador, o objecto observado altera-se consoante os seus sentimentos. Em primeiro plano importa o como e não exatamente a coisa representada.
A segunda parte:
Na segunda etapa da exposição, temos outro acontecimento: a artista pinta a partir de associações livres e suas telas passam a ser colagens, fragmentos de pensamentos soltos em sua mente gerando uma sobrecarga de informações às vezes sombrias e nebulosas tal como um sonho. As cores de um sonho são fortes, porém nebulosas, o significado, quem saberá? A loucura encarcerada a qual se refere andré Breton em seu manifesto surrealista é alforriada. Nesta etapa é onde realmente vemos o trabalho da artista. A primeira parte foi um aperitivo, foi didática. Como arte-educadora, ela tem esta preocupação em ensinar. Como teóloga, tem a preocupação em respeitar as diferenças, e como artista, sua preocupação é expressar seus sentimentos e deixar acontecer a pintura, de modo que a pintura acontece de verdade na mente do observador quando este lê as informações que a artista põe na tela. O quadro real acontece quando alguém o observa. Percebe-se a influência surrealista em função do ambiente misterioso de sonhos como em Salvador Dali, e a contemporaneidade de Marcus Jansem, ícone do neo-expressionismo urbano, bem como o efeito psicótico de Dave Mackean, enquanto isso, Van Gogh passa a olhar um pouco de longe a paisagem ao lado de norueguês Edvard Munch, com sua visão de horror. Nesta fase, entra o graffiti, com o spray e o stêncil, bem como a influência dos quadrinhos e do desenho de moda, que também fazem parte do trabalho da artista.
Olodum - Acrílica sobre tela
Tamanho : 60 x 40
Tribo no Zaire - Acrílica sobre tela
Tamanho: 60 x 40
Cristo Negro - acrílica sobre tela
Tamanho 60 x 40
Arqueiro Masái - Acrílica sobre tela
tamanho : 60 x 40
Capoeira - Acrílica sobre tela
Tamanho 60 x 40
Chefe Pokot - Acrílica sobre tela
Tamanho: 60 x 40
Fulanis - Acrílica sobre tela
Tamanho: 60 x 40
Solaris - Acrílica sobre tela
Tamanho :60 x 40
Mulata Dourada - Acrílica sobre tela
tamanho 60 x 40
Anastácia - Acrílica sobre tela tamanho: 60 x40
Banzo Nunca Mais
Acrílica sobre tela tamanho 1,22x80
Tambor de Crioula
Técnica Mista - tamanho 1,00x60
Exposição Afro-brasileiros:Exaltando a majestade O grande desafio para esta exposição foi tocar nas questões polêmicas e históricas sem a intenção de discursar, mas para a extrair a beleza das mesmas. Associando imagens com textos diversos da literatura africana, a artista mergulha no passado, para trazer à memória aquilo que gera esperança. Não para fazer uma simples denúncia vazia, mas porque a história dos negros não começa na escravidão: começa na África. A consciência do povo africano foi escravizada por idéias em valores antipopulares, introjetados pelos colonizadores, que para ocultar a violência de sua conquista, impiedosamente desmoralizavam os colonizados considerando-os incultos e bárbaros. Os colonizados traziam dentro de is os preconceitos e acreditavam que nada valiam, e que sua língua, tradição, divindades e história era bárbara. Manuel Ferreira, poeta português radicado em Luanda, ao afirmar que o colonialismo é um sistema carregado de contradições, se referia a criação dependente de sua individualidade porque a aristocracia era forte e determinista e apagava a individualidade do povo, mas aponta que em algum momento surgiria a construção independente para se assumir sua identidade cultural e daí começaria a construção de sentimento regional ou nacional (sua identidade). Com a fundação da revista Claridade em 1936, um marco da modernidade, há a tomada de consciência regional muito nítida que se instala nos escritores de Cabo Verde, que decidem romper com os arquétipos europeus e orientais para as motivações de raiz africana. Este foi o embrião do movimento Pan-africano. A artista procura na simplicidade e na inocência da beleza, produzir um material de estética afro-brasileira. Mas, afinal, que seria afro-brasileiro, quando mal podemos definir o Brasil, país de misturas? Longe da pretensão de entrar em discussões artísticas e das discussões políticas em torno do tema “afro-brasileiros”, a artista pretende tão-somente exaltar a beleza majestosa dos negros. A lembrança de que muitos negros que aqui chegaram como escravos foram reis e rainhas na África tocou seu sentimento e gerou a experiência de olhar o negro, geralmente discriminado no país, como alguém de sangue nobre, alguém com um passado de ancestrais nobres que caso não tivessem sido desarraigados de sua terra, poderiam estar vivendo em condições diferentes. “Afro-Brasileiros:exaltando a majestade” não tem cunho político ou religioso, e caso fosse este o desejo da artista, seria mais fácil simplesmente filiar-se a organizações que tratam do tema. Seu espectador-padrão é qualquer um que possa olhar e se entusiasmar e seu alvo é o coração, que pode ser flechado a qualquer momento por um guerreiro do Máli. A exposição é uma afirmação da liberdade, do desejo de simplicidade, do desejo de ser feliz, do desejo de ter prazer com a pintura. Um quadro não pode ser simplesmente belo? Não pode simplesmente gerar prazer e alegria a quem o observa? O que não deixa de transmitir uma posição política e filosófica, mas não necessariamente explícita, muito menos instrumentalizável. Artistas plásticos, críticos, mas também quem jamais estudou arte e sequer conhece as teorias contemporâneas tem algo a experimentar com a artista, que trabalha no campo da emoção, e assim sua arte tem algo expressionista, compulsivo e apaixonado como que em busca de algo que ajude a tornar a vida mais intensa.
OFICINA AFRO-BRASILEIROS REALIZADA NA ANDEF
Oi, pessoal. Pra quem não sabe, a ANDEF é parceira neste projeto. Aqui temos fotos da oficina de arte realizqda junto com a exposição Afro-brasileiros , realizada no dia 16 de abril de 2008, na sede da ANDEF.
Este quadro foi feito pelas crianças. A proposta da atividade era ensinar a grafitar sem o spray, usando apenas tinta. O objetivo era deixar as crianças livres para brincar com a tinta. A idéia foi delas. E não é que ficou bom?Elas escolheram tons quentes e fizeram uma composição legal. A mulher de touca vermelha e brinco dourado é a representação do quadro "Fulanis", que estava na exposição.
Aqui as crianças fizeram atividades com pintura. No primeiro mural(da esquerda pra direita), os meninos se reuniram em tribos e foram caçar um leão amarelíssimo na selva africana. Eles gostaram tanto que não quiseram passar para as atividades seguintes. Se embrenharam na savana africana, caçaram o leão e ainda disputaram a liderança das tribos.
No segundo e no terceiro quadro, o mesmo tema. Porém os meninos deste grupo continuaram as outras atividades.
Os três últimos quadros são de meninas que deixaram sua marca no papel, ma sainda criaram uma dança para dançar com a máscara que elas fizeram com caixas de leite. A atividade era criar uma máscara, com música e dança que espantasse alguma coisa indesejável: elas criaram máscaras com a música, grito de guerra e dança para espantar seu inimigo mais terível: o mosquito da dengue (foi idéia delas!!).
As telas que estavam na exposição:
A exposição esteve na Galeria Angelina Arts Association,no Shopping Casino Atlântico em Copacabana no período de 27 de maio a 11 de junho de 2008
A exposição contou com a presença dos alunos STEBAN - Seminário Teológico Evangélico Batista nacional do Rio de Janeiro, e com a palestra do historiador Anderson Fabrício, coordenador do seminário.